A menina que roubava livros - Markus Zusak

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Título: A menina que roubava livros 
Autor: Markus Zusak
Editora: Intrínseca
Ano: 2007
Páginas: 480

Entre 1939 e 1943. Liesel Meminger encontrou a morte três vezes. E saiu suficientemente viva das três ocasiões para que a Própria, de tão impressionada, decidisse nos contar sua história. História que, nas palavras dirigidas ao leitor pela ceifadora de alma no inicio de A menina que roubava livros, “é uma dentre a pequena legião que carrego, cada qual extraordinário por si só. Cada qual uma tentativa- uma tentativa que é um salto gigantesco- de um provar que você e a sua existência humana valem a pena.”

Quando a morte conta uma história, você deve parar para ler.
Liesel estava viajando com sua mãe e Wenner, seu irmão, com destino a Molching, cidade próxima a Munique. No trajeto, tudo parecia tranquilo, até seu irmão ser, no colo da mãe, silenciosamente morto. Na estação seguinte, fizeram uma pequena parada, em uma cidade que, para a garota, não tinha nome, ali que seu irmão foi sepultado. No final do funeral, quando todos se dirigiam a saída do cemitério, um jovem coveiro deixou cair na neve, despercebidamente, um livro preto com letras prateadas: O Manual do Coveiro.
Ela se curvou, apanhou-a e a segurou firme entre os dedos.
A menina que roubava livros tinha atacado pela primeira vez- o começo de uma carreira ilustre.
Embarcaram novamente, rumo a Molching e após dolorosamente se despedir da sua mãe-uma comunista perseguida pelos nazistas-, a menina foi levada a Rua Himmel, a mais pobre da cidade. E entregue os Hubermann, sua nova família. Receberiam uma pequena pensão para acolhê-la. Rosa Hubermann, a nova mãe, uma pequena mulher que cozinha muito mal, capaz de irritar todos em volta e que não parar de tagarelar e xingar as pessoas: saumensch, saukerl, arscholoch (porco,babaca). Sempre agredindo Liesel com palavras e a colher de pau. Mas, amava-a, apesar do estranho jeito de demonstrá-lo e era uma boa pessoa. Seu pai, Hans, um excelente pintor e acordeonista tornou-se seu amigo e protetor, estando junto dela em seus pesadelos e tocando sempre para consolá-la. Ao descobrir a que a roubadora não sabia ler e escrever, com muito esforço, carinho e dedicação, ensinou-a. Aos poucos, o pintor conquistou o coração da garota.
Ela era a roubadora de livros que não tinha palavras.Mas, acredite, as palavras estavam a caminho e, quando chegassem, Liesel as seguraria nas mãos feito nuvens, e as torceria feito chuva.
E, conheceu Rudy Steiner, seu melhor amigo, namorado e parceiro das brincadeiras, roubos de livros e comidas. Depois, Max vanderburg, o lutador escondido no porão. Um judeu numa Alemanha nazista. Este, também um amante das palavras, transformou-se num irmão para Liesel. Que fará de tudo para salva-lo. Liesel estava se adaptando a família e nova vida. Mas, na guerra, a Alemanha começa a perder para os russos.

Será que a guerra chegará aos arredores de Munique? 
Sim, a guerra aproximará da Rua Himmel. 
Liesel conseguirá proteger Max do fuhrer, Adolf Hitler, e seus seguidores? 
Ela e seus entes queridos sobreviverão?

Ponto de Vista: Ao terminar leitura, a primeira coisa que passou pela minha cabeça: por que não li este livro ante? A obra faz jus às criticas e comentários que recebe.
No inicio da leitura, assumo, tive dificuldade para compreender os fatos, mas isso mudou no decorrer da leitura, fui me envolvendo cada vez mais. A leitura flui, a linguagem é simples. É levo e envolvente, algo que me surpreendeu, já que é abortado um forte tema histórico: a 2° Guerra Mundial. O autor soube equilibrar, tornando a história gostosa e emocionante. 

Simplesmente adorei a narradora, totalmente diferente: a Morte. Encantou-me sua opinião sobre assuntos da história.
Dizem que a guerra é a melhor amiga da morte, mas devo oferecer-lhe um ponto de vista diferente a esse respeito. Pra mim, a guerra é como aquele novo chefe que espera o impossível. Olha por cima do ombro da gente e repete sem parar a mesma coisa: “Apronte logo isso, apronte logo isso.” E aí a gente aumenta o trabalho. Faz o que tem que ser feito. Mas o chefe não agradece. Pede mais.
O livro é muito mais que estudar, em história, sobre Hitler. É sofrer com os oprimidos, ter medo com os perseguidos. Folheá-lo é ser transportado ao passado, vivenciar a Alemanha nazista. 
A narradora menciona fatos que ainda acontecerão,instigando o leitor. 500 páginas num piscar de olhos. O melhor de tudo são as reflexões que a obra trouxe. Ao acabar, parei no tempo e fiquei questionando. Como pode alguém tirar a vida de pessoas, inocentes, de bom coração e boas intenções? Só por causa da etnia, cor, crença, opção sexual? E pior, ter milhares de seguidores? 
Está aí uma coisa que nunca saberei nem compreenderei - do que os humanos são capazes.
Como no livro, pessoas roubando para se alimentar e muitas vezes, nós, reclamamos por futilidades. A menina que roubava livros despertou em mim muitas emoções.
Por algum motivo, os homens agonizantes sempre fazem perguntas cujas respostas já sabem. Talvez seja para poderem morrer tendo razão.
O ser humano não tem um coração como o meu. O coração humano é uma linha, ao passo que o meu é um círculo, e tenho a capacidade interminável de estar no lugar certo na hora certa. A conseqüência disso é que estou sempre achando seres humanos no que eles têm de melhor e de pior. Vejo sua feiúra e sua beleza, e me pergunto como uma mesma coisa pode ser as duas. Mas eles tem uma coisa que eu invejo. Que mais não seja, os humanos têm o bom senso de morrer.
Leram o livro? Pretendem ler? Comentem.



13 comentários:

  1. Oi Ana.
    Esse livro é tudo de bom, inesquecível, envolvente e emocionante apesar do inicio um pouco lento, depois pegamos o ritmo.
    Com certeza é um livro que pretendo reler.

    Até mais.
    Leituras da Paty

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    1. Olá Paty,
      Concordo com o que disse e somos duas, algum dia pretendo reler o livro, pois é excelente.

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  2. Também pretendo reler algum dia. Espero me encantar novamente com essa história maravilhosa.
    Vi o filme na estreia e logo nos primeiros minutos ja estava chorando horrores!! rs

    Beijo!!


    http://angelandherbooks.blogspot.com.br/ , Eduarda - colunista

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    1. Oi Eduarda,
      Ainda não vi o filme, mas, estou ansiosa e muito curiosa.Espero emocionar-me muito.

      Beijos e abraços!

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  3. AMO esse livro, já reli umas 3 vezes e em todas a Morte conseguiu me envolver na história que estava narrando.
    O filme baseado no livro também ficou incrivelmente adaptado *-*

    Agora fiquei com vontade de reler mais uma vez hahahaha

    bjs
    http://www.confraria-cultural.com/

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    1. Alessandra,
      Além de você, muitas pessoas elogiaram a adaptação, deixando-me ainda mais interessada e animada. Agora que li o livro, posso assisti-lo. Vejo que é fã da obra, não tem como não amar.

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  4. Estou louco para ler este livro. Uma vez eu até iria comprar, porém uma amiga soltou vários spoilers e estou esperando eu esquece-los para talvez depois ler o livro.
    Adorei a resenha, bjs

    www.booksever.blogspot.com

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    1. Felipe,
      Fico feliz por ter gostado da resenha.
      Kkkkk também tenho amigos assim. Uma boa leitura, quando esquecer os spoilers.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Já vi muita gente falando que esse livro é ótimo (só começo que é um pouco intediante), mas nunca tinha lido uma resenha sobre ele. Amei a sua resenha, estou com o livro a algum tempo na minha estante e acho que você me deu o ultimo empurrãozinho que eu precisava para começar a ler hahah.
    Amei a resenha, obrigada.
    Beijos.

    http://theuniverseofutopia.blogspot.com.br

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    1. Jeniffer,
      Fico alegre por ter gostado da resenha e mais ainda, por incentiva-la a ler. Uma ótima leitura. Espero que goste e se divirta muito.

      Beijos e até mais!

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  7. A Menina que Roubava Livros, foi um dos melhores livros que já li. Ele apesar de ser um pouco triste e é muito perfeito. Amo essa capa ♥
    Adorei seu cantinho, Beijos! *-*
    Meu Diário

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    1. Kellyane, obrigada pela visita ao blog. O livro é lindo e tocante, impossível não amar.
      Beijos!

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